26º domingo
do tempo comum - Ano C 29/09/13
“Bendize,
minha alma, e louva ao Senhor!” (Sl 145)
O juízo de
Deus não é arbitrário. É a fidelidade de Deus a si mesmo, à palavra que ele deu
aos homens. Deus nos ensina que a história é maior que o tempo presente, de
onde deriva a necessidade de vivermos com dimensões de eternidade.
Todos
correram o perigo de deixar-nos dominar pelo dinheiro. O pecado em questão não
é a riqueza, mas a indiferença para com o próximo e o esquecimento de Deus,
decorrências da acumulação de dinheiro. O mundo capitalista fomenta em nós a
ambição, a avareza, o poder, o orgulho de dominarmos pelo dinheiro.
O ideal
cristão para este mundo é superar o abismo entre ricos e pobres. Este abismo
não está alicerçado sobre um problema econômico, mas sobre o egoísmo. Esse é o
maior abismo a superar. Nele se forma o abismo econômico. Pôr-se a serviço do
dinheiro não dá outro resultado que, ao morrer, encontrar-se sem dinheiro e só
consigo mesmo, na penosa tristeza da distância da comunhão com Deus. Este
Evangelho consiste em severa admoestação a quantos buscam a felicidade nas
riquezas e crêem que estas podem salvar-nos.
A eternidade
é um dom. Aqui, na vida terrena, temos que viver a experiência deste dom, em
duplo sentido: saber ver os bens como procedentes de Deus e saber dar aos mais
necessitados os bens que recebemos.
A conclusão
do Evangelho é para nos acordar: não basta conhecer Moisés e os profetas. É
preciso viver o que se crê. A fé não provém da contemplação de nenhum prodígio
sobrenatural - aparecer alguém de entre os mortos para nos falar -, mas da
aceitação humilde da revelação de Deus.
Há um pecado
que é muito atual: a negação da eternidade, da ressurreição, da necessidade de
Cristo para a nossa salvação. O indiferentismo religioso cresce, ao lado de um
surto de espiritismo no Brasil. Todos são tendências de salvação sem Deus.
Somos talvez nós os cinco irmãos do rico que não acreditamos? O que nos falta
para crer e viver conforme nossa fé?
Hoje somos chamados ao testemunho: a fidelidade na
prática cotidiana das virtudes em relação a Deus - fé, esperança, amor - e em
relação ao próximo - caridade, justiça, paciência, atenção, delicadeza,
cuidado. O essencial do cristianismo é o amor: quem ama, conhece a Deus.
Afastar-se de Deus é afastar-se de si
mesmo. Não ver o pobre é não crer em Deus.
Deus abençoe a todos.
Diácono José da Silva
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